Olá, você que nos acompanha nesta reflexão do Observatório de Comunicação Religiosa. Queremos compartilhar alguns pensamentos a respeito de questões presentes na mídia, apoiando-nos na orientação da Igreja que nos convida a “discernir nossa presença nas redes sociais”, ajudando-nos a pensar: “quem é o meu próximo”, conforme a parábola do Bom Samaritano.
As notícias são uma forma de percebermos quem é o próximo nos veículos de comunicação, gerenciados por pessoas e hoje também por robôs, que programam as notícias que vão ao ar. E a gente se pergunta tantas vezes, por que tal assunto, de tal região do país ou do mundo, tais pessoas são mais faladas na mídia e outras praticamente esquecidas ou apenas se dá uma nota? É muito bom prestar a atenção no modo como são tratadas as notícias. Quem não se lembra, ou já até esquecemos, do naufrágio e morte de mais de 300 cidadãos paquistaneses na costa da Grécia, que migravam num navio de pesca superlotado para a União Europeia? Na mesma data, repercutiu na imprensa e nas redes sociais o desaparecimento do submarino que levava turistas magnatas, ricos, que iam ao encontro do Titanic, na costa do Canadá. Você lembra como foi a repercussão de um fato e do outro?
Estou falando isso para aguçar a nossa observação a respeito das notícias que vemos nas diferentes mídias, televisão, rádio, redes sociais. E a pergunta: por que determinadas notícias de pessoas ou situações repercutem mais que outras? Quais os critérios da notícia? É a questão humana ou financeira, de interesses econômicos, políticos, o que dá mais cliques? Trago aqui o texto do Documento “Rumo a uma presença plena”. N. 43: “Reconhecer nosso próximo digital implica reconhecer que a vida de cada pessoa nos diz respeito, até quando sua presença (ou ausência) é mediada através de meios digitais”.
E o documento orienta: “Ser próximo nas redes sociais significa estar presente nas histórias dos outros, especialmente de quem sofre. Em síntese, defender melhores ambientes digitais não significa desviar o foco dos problemas concretos experimentados por muitas pessoas – por exemplo, fome, pobreza, migração forçada, guerra, doença e solidão. Pelo contrário, significa defender uma visão integral da vida humana que, atualmente, abrange o mundo digital. Com efeito, as redes sociais podem ser um modo de chamar mais atenção para tais realidades e construir a solidariedade entre aqueles que estão próximos e distantes”.
Lembre-se que, de modo geral, as notícias e os conteúdos são guiados por interesses econômicos, políticos e não pelos valores do Evangelho, como Jesus que coloca a pessoa no centro, sobretudo a mais esquecida e marginalizada. E nós, eu, você, somos convidados a seguir o caminho de Jesus! Até o próximo encontro do Observatório de Comunicação Religiosa.