A comunicação que nasce da rua

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Observatório da Comunicação Religiosa no Brasil, em frutuosa parceria com a TV Aparecida, tem oferecido várias reflexões e estudos para investigar a comunicação no campo religioso e melhorar a comunicação na Igreja, provocando-a a sair do lugar comum para assumir o lugar prioritário na evangelização contemporânea, fiel ao Evangelho do Reino de Deus.

Ao “observar” a comunicação, deparei-me com algo interessante e belo, que pode ajudar-nos a repensar a prática comunicacional. Falo de uma artista de 13 anos, Kamilly Victória Alves de Souza, a MC Vitória, da palafita México 70, periferia de Santos (SP).

Ela tomou, em sua veia musical, a tradicional cantiga de roda do folclore brasileiro do século XIX, “Se essa rua fosse minha”, e a transformou em um “funk consciente”, que viralizou. É uma música cultural, de ritmo sincopado, com baixo e percussão fortes, e frases melódicas em sons metálicos.

Veja e ouça: se essa rua fosse dela, seria muito bom!
É fácil encontrar a música nas redes sociais de MC Vitória.

Disponível em:https://youtu.be/zWF722CdqFk?si=9j13fqAyDzYHLuUm

SE ESSA RUA FOSSE MINHA — MC Vitória

Pensa que eu não vi o teu jejum forçado, mãe?
Dividindo o pão dizendo que estava sem fome
Manhãzinha só uns goles de café, muita fé
Preocupada, mente a mil, pairando pique drone

Palafitas, barraco de madeira, sente o fel
Esgoto escorrendo e sempre de testa pro céu
Várias fitas acontecendo, raramente mel
Meus amigos se perdendo e virando réu

Se essa rua fosse minha e eu tivesse com as notas
Mandava pavimentar pra não pisar mais na lama
Construir várias casinhas, morada dos maloca
Com playground e piscina, quebrada de bacana

Já que sonhar é de graça, deixa eu aqui
Rimando minhas vivências vou por aí
Crescendo sigo na raça, sobrevivi
Maltratando a desgraça se eu não sorrir.

Brasília, 14 de novembro de 2025.
Dom Joaquim Giovani Mol.

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