A você, paz e bem!
Vamos refletir um pouco? Em três minutos.
Todos nós temos necessidade de boas notícias, informações positivas, assim como temos também a missão de transmitir essas boas notícias, de repassar as boas informações.Quando são boas, as transmitimos com alegria, com sorriso nos lábios e nos olhos. Mas precisamos, igualmente, saber sobre os problemas da vida e os sofrimentos humanos.
Quando se decide que serão dadas só boas notícias, para cumprir a finalidade de mostrar uma boa imagem de uma ação, uma pessoa, uma instituição, de modo que todos, independentemente de suas posições, ainda que sejam contraditórias, tenham uma visão positiva sobre elas, deixamos relacionados na pauta da comunicação somente os assuntos que são favoráveis, agradáveis, que engrandecem a pessoa e a instituição.Todavia é preciso pensar muito sobre essa forma de comunicação, porque ela corre sérios riscos.
O cuidado da imagem importa tanto quanto o cuidado da verdade do todo, que tem mais valor do que a parte, como ensina o Papa Francisco.No afã de mostrar só coisas boas, corre-se o risco de apresentar uma imagem muito melhor e maior do que a realidade dos fatos, das pessoas e das instituições, levando a todos a um engano. É um problema antigo, como ensinava o Apóstolo Paulo, em Rm 12,3: “eu peço a todos e a cada um de vós que não tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que convém, mas uma justa estima, ditada pela sabedoria, de acordo com a medida da fé”.
Isso vale para as intuições.Ao se tornar exclusiva a pauta positiva, mutilamos a comunicação, porque ela se torna parcial e prejudicial aos os conflitos inerentes à sociedade; os posicionamentos contra tudo o que fere a dignidade humana, que afronta o amor de Deus direcionado a cada uma de suas criaturas; as desigualdades entre os grupos humanos que perpetuam alguns na miséria e outros na riqueza; as injustiças pessoas marcados pelo sofrimento; as falsas informações, a disseminação do ódio, que busca destruir quem pensa e age diferente; a degradação socioambiental; os problemas relacionados à genética; a ausência de ética em todos os campos; o incondicional posicionamento contra as guerras.
Do Observatório da Comunicação Religiosa no Brasil, um abraço.