Olá, esta é uma reflexão do Observatório de Comunicação Religiosa sobre questões atuais de comunicação. E hoje vamos tecer alguns comentários sobre a cobertura da imprensa em tragédias, agora no Rio Grande do Sul.
A imprensa tem papel fundamental não só na divulgação, mas na memória e análise dos fatos. Recentemente recordamos os 40 anos das Diretas Já e o papel da Imprensa em favor da democracia brasileira, também celebramos o dia da liberdade de imprensa e o que significa. Agora nossa atenção se volta para a cobertura jornalística das enchentes e seus desdobramentos. Há um serviço enorme de jornalistas que, ao relatarem e mostrarem os fatos, sem buscar culpados, não deixam de mencionar causas como o crescente aquecimento global. De verdade, o planeta está dando seu recado sobre o cuidado do meio ambiente no Brasil e no mundo.
A imprensa está prestando um serviço público, como é sua missão. Os meios de comunicação católicos se incluem nessa missão de informar, falar não só da tragédia, mas de desdobramentos que vão ocorrendo e de esperança. Mas o que sobressai é a solidariedade de todos para todos, sem distinção. É o poder público, empresas, cidadãos que se dispõe a ajudar na seleção e organização das doações. É notável a ajuda por parte de paróquias, instituições diversas, mesmo de outros países. E o Papa Francisco também liberou uma generosa doação.
Em momentos de tragédias também há os que aproveitam para espalhar notícias falsas e provocar a desinformação, como esta, de que o Rio Grande do Sul estava impedindo a entrada de doações por falta de Nota Fiscal, que outro foi multado por excesso de peso, sobre número de mortos, sobre gado arrastado servindo-se de imagens de outro país, só para citar algumas. Há advertência também de como se proteger de golpes ao fazer Pix de doação ao RS! Todo cuidado é pouco. Por isso, também nessa hora, neste momento de dor e comoção, é preciso agir com o coração e discernimento em relação às notícias, antes de acreditar e compartilhar.
Algumas perguntas ajudam: A informação tem link? O link abre ou está “quebrado”? A informação foi publicada em portal credível? É assinada por alguém? Tem erros gramaticais? Começa de modo alarmista? Se, menciona terceiros, mas não diz o seu nome (famoso médico, famoso especialista, até padre famoso)? Há o pedido insistente para ser compartilhado com urgência, antes que seja tirado da internet? Desconfie, pesquise, confirme a notícia e não compartilhe em caso de dúvida. É só digitar: Onde checar se é fake news, fazer uma busca na internet ou até mesmo consultar alguém que pode ajudar.
Nossa missão de cidadãos e cristãos, sejamos profissionais da comunicação ou não, está nas mãos de quem dispõe de um celular, que pode produzir e compartilhar informações.
Que a Imprensa possa estar sempre mais a serviço de uma cultura de paz e solidariedade.