São os fatos que geram notícia. Quando não há fatos, há desinformação. O Observatório da Comunicação Religiosa reflete sobre a homilia do Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, na missa solene de 12 de outubro, um momento que repercutiu fortemente na mídia e nas redes sociais.
Durante a celebração, Dom Orlando fez um apelo por “vida para o povo” e destacou dois sinais de esperança: a diminuição da pobreza e das desigualdades sociais. Inspirado na Exortação Apostólica do Papa Leão XIII sobre o amor aos pobres, o Arcebispo lembrou que amar o pobre é amar como Jesus, como Deus Pai que cuidava dos órfãos, estrangeiros e viúvas.
Dom Orlando afirmou: “Para muitos, os pobres são invisíveis; por outros, são criticados; e há ainda os que simplesmente não se importam. Que a Mãe Aparecida nos ajude e que os eleitos pelo povo votem em leis favoráveis ao povo de Deus, favoráveis aos pobres.”
Mas por que uma homilia repercute tanto a ponto de se tornar notícia em portais e jornais de grande circulação? Uma possível resposta é que o Arcebispo teve coragem de expressar o que está no coração das pessoas: uma fé que se traduz em compromisso e responsabilidade social. Ao pedir leis em favor dos mais necessitados, ele despertou uma consciência crítica e política no povo.
Para quem ainda confunde o cuidado com os pobres como uma bandeira partidária, o Papa Leão XIII já advertia: “não se pode separar a fé do amor pelos pobres”. Essa é uma prática que acompanha a Igreja desde os primeiros cristãos, passando pelos Santos Padres até hoje.
Ver uma homilia que une fé e vida se tornar notícia é um sinal de esperança. O amor concreto, a caridade vivida, continua sendo o sinal mais autêntico do cristão.
Brasília, 31 de outubro de 2025.
Irmã Helena Corazza.
