Educação para a mídia

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Para além do acompanhamento permanente da mídia católica, uma das preocupações do Observatório da Comunicação Religiosa tem sido o exercício profissional dos comunicadores cristãos. É fundamental que ele nunca se afaste dos melhores princípios do jornalismo e do compromisso com a verdade.

Ao receber o Prêmio “É Jornalismo” de uma delegação de conceituados jornalistas italianos, em solenidade no Vaticano, no dia 26 de agosto de 2023, o Papa Francisco justificou a sua aceitação pela “urgência de uma comunicação construtiva que favoreça a cultura do encontro e não do desencontro, da paz e não da guerra, da abertura aos outros e não do preconceito”.

O Papa falou sobre o que ele considera os quatro “pecados do jornalismo” no mundo atual. Primeiro, a DESINFORMAÇÃO, quando o jornalismo não informa ou informa mal, propagando notícias falsas na tentativa de manipular a opinião pública. Segundo a CALÚNIA, consiste em acusar ou atribuir a alguém, falsamente, um fato criminoso. Terceiro, a DIFAMAÇÃO, que é a ofensa feita contra a honra de alguém com a intenção deliberada de desacreditá-lo na sociedade e provocar seu menosprezo público. E, finalmente, a CROPOFILIA – esse nome estranho – que quer dizer, literalmente, o amor pelo escândalo, pela sujeira. Trata-se da preferência de um certo jornalismo por escândalos de todos os tipos, produzindo uma cobertura que, muitas vezes, ignora as boas ações e insiste apenas no escândalo que atrai audiência e, portanto, “vende”.

Lembrando a realização da Décima Sexta Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos – que aliás se iniciou anteontem , dia 4 de outubro de 2023, em Roma – o Papa Francisco pediu a ajuda dos jornalistas para falar deste “sínodo sobre a sinodalidade”, isto é, falar deste processo como ele realmente é, deixando de lado a lógica dos slogans e das histórias pré-confeccionadas: uma assembleia de bispos, presbíteros, religiosas e religiosos, leigas e leigos de todo o mundo, presidida pelo Papa, que tem como objetivo definir um caminho comum, um caminho não individual ou personalista, mas que se faz em conjunto.

Disse o Papa: “Toda a Igreja empreendeu um caminho para redescobrir a palavra ‘juntos’: caminhar juntos, interrogar-se juntos, assumir juntos um discernimento comunitário, que, para nós, é oração, como fizeram os primeiros Apóstolos: sinodalidade, que pudesse se tornar um costume diário, em todas as suas expressões”.

Por fim, o Papa Francisco falou aos jornalistas sobre a ESPERANÇA.

“A esperança – disse ele – é que, hoje – um tempo em que todos parecem comentar tudo, prescindindo dos fatos e, muitas vezes, até antes de se informar, – o ‘princípio da realidade’ seja cada vez mais redescoberto e cultivado: a realidade e o dinamismo dos fatos – que nunca são imóveis, mas evoluem sempre para o bem ou para o mal – para não corrermos o risco de a sociedade da informação se transformar em uma sociedade da desinformação”.

Este deve ser o compromisso de todos os cristãos, profissionais da comunicação.

Que assim seja!

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