Por que a comunicação é social

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Por que a comunicação é social – Ir. Helena Corazza – No ar 16/9/22

Uma pergunta que pode fazer mais ou menos sentido, dependendo do conceito que temos da comunicação mediada pelas tecnologias. Dizer comunicação social parece redundância porque toda comunicação é um ato social. A Igreja no Concilio Vaticano II, cunha esta expressão: comunicação social – para lembrar o compromisso social que a comunicação traz consigo na formação do pensamento, no compromisso ético, na comunicação a serviço da vida. É por meio do Decreto Inter Mirifica – entre as coisas maravilhosas – que a Igreja assume o direito e o dever de servir-se dos meios de comunicação para evangelizar. 

Por que a comunicação é social? Porque ela não é apenas entretenimento, nem só informação. Não é só ocupar espaços para enviar nossas mensagens e conteúdos de toda espécie ou modelo de negócio. Como concessões públicas, os meios de comunicação, em sua origem, estão a serviço da educação e da cultura. Mas parece que a visão mercadológica os tem transformado em espaços para vender, vender, vender. Não que eles não devam comercializar ou servir-se de apoios culturais para manter-se, pagar suas contas, investir em inovação. A autossustentação é um desafio que precisa ser administrado com muita criatividade.

Quando fazemos a pergunta: por que a comunicação é social, estamos lembrando os responsáveis pela gestão, programadores, produtores de conteúdo, a comercialização, pois parece que para muitos, a audiência e os cliks são mais importantes, ao invés de se preocupar com a formação e mobilização em favor da solidariedade, da justiça, da paz. Sim da Paz, que São Paulo VI define como “fruto da justiça”. A Paz é fruto da justiça, da dignidade humana, da cidadania, de ações em favor da Casa Comum, como lembra o papa Francisco. Esta Casa tão descuidada, onde a maioria extrai lucros, e muito pouco se lembra dos pequenos, dos que sofrem as consequências com o desequilíbrio do meio ambiente. 

A comunicação é social, sim, tanto no rádio como na televisão, no impresso ou na internet com todo o tipo de redes sociais. Por isso, precisamos nos educar o tempo todo, acompanhando as mudanças tecnológicas, apropriando-nos do conhecimento para sermos produtores de conteúdo e críticos diante dos sistemas que regem a sociedade. Por sua finalidade social, os produtores de comunicação deveriam se preocupar mais com causas humanitárias do que mercadológicas ou cliks de audiência. Fique atento/a a isso!

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