No último dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, fomos surpreendidos pela live de um frei “influenciador digital” que, mais uma vez, interpretou equivocadamente um texto bíblico metafórico, o Livro do Gênesis.
Leon Tolstoi, um dos maiores escritores de todos os tempos, era um aficionado dos Evangelhos. Tanto que os interpretou, contextualizando-os para o século XIX, na Rússia. Uma das coisas que mais enfatizou foram as palavras do Cristo, no sentido de que não devemos responder ao mal.
Por outro lado, nosso irmão anglicano o Bispo Desmond Tutu, Prêmio Nobel da Paz, exorta-nos a não cairmos no gravíssimo pecado da omissão, pois quem se omite, diz ele, coloca-se do lado do opressor.
Todos os textos sagrados requerem interpretação, pois precisam ser contextualizados a outro tempo e espaço. No caso específico, trata-se de entender que Deus criou a mulher para ser companheira do homem, em condição de igualdade, não para ser sua “auxiliar”. A dignidade de ambos é idêntica, não havendo qualquer relação de subordinação entre um e outro.
Que mais esse erro hermenêutico possa ser perdoado pelo Pai e que Sua Mãe transforme o simplismo na simplicidade da humildade.
O OBSERVATÓRIO DA COMUNICAÇÃO RELIGIOSA (OCR), fiel aos ensinamentos do Papa Francisco, exorta todas as mulheres para que adquiram, cada vez mais, consciência de seus direitos, inclusive para que não sejam oprimidas por essas e outras interpretações fundamentalistas e incorretas da Palavra Divina.
Brasília, 10 de março de 2025.