Olá, a você que nos acompanha nesta reflexão. Eu sou Irmã Helena Corazza das Irmãs Paulinas e esta é uma reflexão do Observatório de Comunicação Religiosa.
Hoje nossa temática retoma a mensagem do Papa Francisco para o 56º. Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, “escutar com o ouvido do coração”. Muitos são os elementos que ele traz, mas hoje vamos destacar um deles: o Papa nos convida a escutar a sociedade. E ele diz que nós perdemos a capacidade de escuta
“Em relação à escuta da sociedade ele afirma: A capacidade de escutar a sociedade é ainda mais preciosa neste tempo ferido pela longa pandemia. A grande desconfiança que se foi acumulando em relação à «informação oficial», causou também uma espécie de «infodemia»,( excessivo de informações, muitas delas imprecisas ou falsas), dentro da qual é, cada vez mais difícil, tornar credível e transparente o mundo da informação. É preciso inclinar o ouvido e escutar em profundidade, sobretudo o mal-estar social agravado pelo abrandamento ou cessação de muitas atividades econômicas”.
E a gente pode se perguntar: qual o mal-estar maior neste tempo? Quais as dores que mais sentimos? Como está a dor, a confusão com a desinformação que nos ronda continuamente e requer de nós consciência crítica? Mas consciência crítica em relaço a quê? Às fake news, o que virou chavão, pois se trata de desinformação. Qual a diferença? No jornalismo sério, que respeita a ética, é o fato que gera a notícia. Se não há fato, não se pode construir a notícia. Por isso, o que é construído com a intenção de confundir, de prejudicar as pessoas, e é disseminado largamente, é perverso, e se trata de desinformação e não podemos compactuar, pois vai contra os valores humanos, cidadãos e do Evangelho. Nosso critério de julgamento é o Evangelho.
Outro aspecto que o Papa chama a atenção em relação à escuta da sociedade são as migrações.
“A própria realidade das migrações forçadas é uma problemática complexa, e ninguém tem a receita pronta para resolvê-la. Repito que, para superar os preconceitos acerca dos migrantes e amolecer a dureza dos nossos corações, seria preciso tentar ouvir as suas histórias. Dar um nome e uma história a cada pessoa. Há muitos bons jornalistas que já o fazem; e muitos outros gostariam de fazê-lo, se pudessem. Vamos encorajá-los! Escutemos essas histórias! Depois, cada qual será livre para sustentar as políticas de migração que considerar mais apropriadas para o seu país. Mas então teremos diante dos olhos, não números, nem invasores perigosos, mas rostos e histórias de pessoas concretas, olhares, expectativas, sofrimentos de homens e mulheres para ouvir”.
De fato, quando olhamos nos olhos das pessoas e escutamos suas histórias, mudamos nosso olhar e passamos a escutar com o ouvido do coração.
Nós do Observatório de comunicação religiosa, desejamos a você todo o bem e esperamos contribuir para uma comunicação em favor da Paz, da justiça e da solidariedade.