CF 2024

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Olá! No Observatório de Comunicação Religiosa, hoje queremos aprofundar a reflexão sobre a Campanha da Fraternidade 2024, lançada na semana passada pela Igreja do Brasil. Estamos continuando nossas análises sobre essa campanha, que celebra 60 anos nesta edição. Os organizadores parecem buscar resumir a mensagem evangélica com o belo verso do Evangelho de Mateus: “Vocês são todos irmãos e irmãs.” Estamos, como em todo tempo quaresmal, diante de uma encruzilhada.

Agora, não é apenas para os cristãos, mas para toda a humanidade que se faz o chamado à conversão, embora, para os seguidores de Jesus de Nazaré, o apelo seja ainda mais urgente. O tempo urge, e é preciso ir além da difícil, mas necessária, conversão dos corações, afastando-se do exercício de propagação do medo. A Campanha da Fraternidade deste ano nos oferece a doce oportunidade de reverter prioridades e atualizar planos e princípios culturais.

Ao apelar para a vontade de fraternidade universal, somos chamados a superar todo preconceito, vencer a exclusão e dar lugar à acolhida e à comunhão. Os ouvidos e olhos mais atentos, especialmente sintonizados com o alcance normativo de Mateus: “Vocês são todos irmãos e irmãs,” já devem ter percebido a sutileza desse convite. Difícil é precisar em que momento nossa Casa Comum passou a ser efetivamente ameaçada.

No entanto, em algum momento, especialmente na transição do século XIX para o século XX, uma vontade de poder, como captada por Nietzsche, impõe suas regras, colocando a competição acima da colaboração e o acúmulo à frente da partilha. As consequências são evidentes: nosso planeta parece agonizar, e a Terra e todos que nela vivem suplicam pela fraternidade universal, que requer a reversão de valores, normas e práticas.

O Papa Francisco oferece o argumento decisivo: a fraternidade universal é essencial para garantir a sobrevivência na Casa Comum. A CNBB, por sua vez, indica o caminho em princípios pastorais, apontando para a amizade social como meio para alcançar a necessária fraternidade. Nesse momento difícil da nossa história política, social e cultural, só conseguiremos atingir a fraternidade salvífica por meio da amizade social. Precisamos romper com o modelo da vontade de poder que nos tem guiado.

A história de que “negócios são negócios, e a amizade é à parte” deve ser superada. Se conseguirmos isso, estaremos perto de vibrar com a alegria contagiante da verdadeira fraternidade. Quando seguimos o Evangelho de Jesus, garantimos que o poder não seja uma ameaça à convivência na Casa Comum, mas sim uma garantia de que a exclusão, o acúmulo e a injustiça serão combatidos até que todos sejam, de fato, irmãos e irmãs, conforme a medida do Evangelho.

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