Está se realizando nestes dias a 5ª Semana da Comunicação, organizada pela Comissão de Comunicação da CNBB, preparando o Dia mundial das comunicações, que será neste domingo 12 de maio.
O tema é “Inteligência artificial e sabedoria do coração: por uma comunicação plenamente humana”, retomando a principal preocupação do Papa Francisco em sua mensagem.
Vamos refletir mais um pouco sobre Inteligência Artificial? Como não perder a humanidade, em tempos de IA?
É um tema complexo, mas não podemos deixá-lo só na mão dos gestores da tecnologia, porque o objetivo principal do mercado é o lucro. Assim, para quem está investindo na Inteligência Artificial, torná-la mais humana significa sobretudo torná-la mais atraente, mais próxima a nós, portanto mais desejável, como objeto de consumo e de mercado.
Não, preocupar-se com a humanidade em tempos de IA não pode ser só isso.
O professor Luiz Lana, da PUC Minas, nos ajudou nestes dias com uma live bem interessante sobre o tema.
No mundo do trabalho, a IA está se tornando mais humana porque está assumindo cada vez mais o espaço dos humanos. A alienação do trabalho é separar o trabalhador do produto e das relações de seu trabalho; com a IA aumenta o perigo dos humanos perderem sua contribuição e criatividade.
Um outro perigo, que pode nos desumanizar, é a dependência tecnológica: cada vez mais, nossas decisões, nossa fantasia e pensamentos são influenciados pela IA, que por sua vez não é uma ferramenta neutra, mas é preparada e organizada por grupos que concentram poder econômico, bancos de dados e informações, e têm bastante interesse em manipular nosso conhecimento e sentimentos, assim como o nosso voto.
Mas não precisamos perder a esperança: o importante é a participação, o compromisso: olhos abertos, atitude crítica, exigir que a chegada da IA não provoque mais exclusões e, ao contrário, esteja a serviço da inclusão das pessoas.
O prof. Lana comenta: “Assim como no Evangelho lemos que ‘O Verbo se fez carne’, da mesma forma precisamos cuidar de como nossa sociedade está instruindo e alimentando a IA. Se ela for alimentada por nossa sabedoria e ética, tem um potencial de trazer compreensão e clareza onde havia obscuridade e ignorância.
Ao programarmos estas tecnologias, cuidemos para que reflitam os melhores aspectos de nossa humanidade, de modo que a vida que elas afetam seja iluminada pela justiça e pela compaixão, evitando que as trevas do preconceito e da exclusão persistam em nosso mundo”.